quarta-feira, 17 de abril de 2013

A música da história


Uma das músicas mais marcantes da história do Brasil

Prá não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré

Geraldo Vandré iniciou carreira musical nos anos 60, tornando-se famoso, pelas suas músicas que se tornaram ícones da oposição ao regime militar de 1964.
Em 1968, ao defender a música “Prá não dizer que não falei das flores”, no "Festival de Música Popular Brasileira", criou um dos hinos da resistência ao regime militar. Este se tornou um dos momentos mais emblemáticos da história da música brasileira.

                         
Geraldo Vandré - Prá não dizer que não falei das flores - 1968

O contexto histórico

A Ditadura militar foi o regime autoritário que governou o país de 1º de abril de 1964 até 15 de março de 1985, quando as Forças Armadas do Brasil derrubaram, através de um golpe militar, o governo do presidente esquerdista democraticamente eleito João Goulart.


1º de abril de 1964


Estudante da U.N.E. - União Nacional dos Estudantes
O AI-5
O governo da ditadura difundiu a ideia de que o golpe militar impediu a implantação do comunismo no Brasil, e utilizou-se desse argumento para justificar as suas ações arbitrárias e violentas. Foram instituídos pelo governo militar vários Atos Institucionais, culminando com o AI-5, de 1968, que vigorou até 1978.


Imagem mostra Vladimir Herzog no Dops, em SP

O jornalista Vladimir Herzog 
morto nas dependências do II Exército - SP (DoiCodi) - 1975
O AI-5 era aplicado pelo exército e pela polícia militar contra os “inimigos” do regime ou “subversivos”. As vítimas eram estudantes, intelectuais, jornalistas, artistas e sindicalistas, entre outros cidadãos. Eles eram presos, espancados e torturados, muitas vezes até a morte, por se manifestarem contra a ditadura. Eram dados pelo governo da época como desaparecidos políticos e, até hoje, familiares lutam pelo reconhecimento do governo brasileiro pela morte de seus familiares, desaparecidos durante a ditadura.
Ainda em 1968, com o AI-5, Vandré foi obrigado a exilar-se. O compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França, voltando ao Brasil em 1973. Até hoje vive em São Paulo e compõe. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa de “supostas” torturas que ele teria sofrido pelo governo militar. Após o exílio, Vandré foi vigiado de perto pelos militares, sem poder expressar o retrato do Brasil à época.
Geraldo Vandré abandonou a vida pública e se afastou do mundo artístico brasileiro, atuando como advogado. Tal afastamento foi alvo de inúmeros boatos que vinculavam sua suposta descrença na esquerda, sua mudança ideológica e seu abandono da vida artística aos atos de tortura supostamente sofridos.

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