Uma das músicas mais
marcantes da história do Brasil
Prá
não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré
Geraldo
Vandré iniciou carreira musical nos anos 60, tornando-se famoso, pelas suas músicas que
se tornaram ícones da oposição ao regime militar de
1964.
Em 1968, ao defender a música “Prá não dizer que
não falei das flores”, no "Festival de Música Popular Brasileira",
criou um dos hinos da resistência ao regime militar. Este se tornou um dos
momentos mais emblemáticos da história da música brasileira.
Geraldo Vandré - Prá não dizer que não falei das flores - 1968
O contexto histórico
A Ditadura militar foi o regime autoritário que governou o país de 1º de abril de
1964 até 15 de março de 1985, quando as Forças Armadas do Brasil derrubaram, através de um golpe
militar, o governo do presidente esquerdista democraticamente eleito João Goulart.
1º de abril de 1964
Estudante da U.N.E. - União Nacional dos Estudantes
O AI-5
O governo da ditadura difundiu a ideia
de que o golpe militar impediu a implantação do comunismo no Brasil, e
utilizou-se desse argumento para justificar as suas ações arbitrárias e
violentas. Foram instituídos pelo governo militar vários Atos
Institucionais, culminando com o AI-5, de 1968, que vigorou
até 1978.
O jornalista Vladimir Herzog
morto nas dependências do II Exército - SP (DoiCodi) - 1975
O AI-5 era aplicado pelo exército e pela polícia
militar contra os “inimigos” do regime ou “subversivos”. As vítimas eram
estudantes, intelectuais, jornalistas, artistas e sindicalistas, entre outros
cidadãos. Eles eram presos, espancados e torturados, muitas vezes até a morte,
por se manifestarem contra a ditadura. Eram dados pelo governo da época como
desaparecidos políticos e, até hoje, familiares lutam pelo reconhecimento do
governo brasileiro pela morte de seus familiares, desaparecidos durante a
ditadura.
Ainda em 1968, com o AI-5, Vandré foi obrigado
a exilar-se. O compositor partiu para o Chile e, de lá, para
a França,
voltando ao Brasil em 1973. Até hoje vive em São Paulo e compõe. Muitos, porém, acreditam
que Vandré tenha enlouquecido por causa de “supostas” torturas que ele teria
sofrido pelo governo militar. Após o exílio, Vandré foi vigiado de perto pelos
militares, sem poder expressar o retrato do Brasil à época.
Geraldo
Vandré abandonou a vida pública e se afastou do mundo artístico brasileiro,
atuando como advogado. Tal afastamento foi alvo de inúmeros boatos que vinculavam
sua suposta descrença na esquerda, sua mudança ideológica e seu abandono da
vida artística aos atos de tortura supostamente sofridos.
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